Ecossistemas de inovação estimulam crescimento sustentável das cidades

Distritos de inovação, apoiados pelos ecossistemas de inovação e living labs, indicam caminhos que as smart cities podem trilhar

O Vale do Pinhão, em Curitiba, é uma iniciativa que vem sendo premiada desde seu lançamento em 2017

Quando se fala de cidades inteligentes, o conceito envolve um conjunto de atores que precisam coexistir e trabalhar em conjunto. É o que acontece nos livings labs de cidades como Curitiba e Florianópolis. 

"Para desenvolver o chamado modelo de inovação com a tripla hélice, é preciso união entre o poder público, a iniciativa privada e a academia. Tipicamente, nós precisamos de um habitat de inovação, um local que as pessoas frequentem para trocar e construir juntas o ecossistema de inovação. Estamos falando de fomentar a economia do conhecimento nas cidades", afirma Eduardo Mazzarolo Marques, sócio-diretor e diretor de estratégia do hub de negócios iCities.

O termo "ecossistema" carrega uma inevitável metáfora com a natureza, já que ecossistemas naturais reúnem elementos que coexistem em equilíbrio para que a vida prospere. "Os livings labs são criados para proporcionar o desenvolvimento econômico e sustentável. Com pilar social, econômico e de meio ambiente. 

Isso tem tudo a ver com uma smart city que se desenvolve de maneira sustentável. Não existe um tamanho ideal, mas eles acabam sendo delimitados pelas fronteiras municipais. Isso talvez explique por que São Paulo com seus 13 milhões de habitantes não tem um ecossistema nos mesmos moldes. É grande demais. Talvez fossem necessários quatro ecossistemas, pelas zonas da cidade", analisa Marcus Rocha, CEO da 2Grow Habitat de Inovação e professor do programa de capacitação Smart City Expert.

Segundo o especialista, é preciso que os negócios prosperem para que as pessoas tenham empregos de qualidade, suficientes para que a cidade se desenvolva de forma mais organizada, para que o meio ambiente seja preservado, e assim por diante. "O ecossistema de inovação busca fazer com que a economia do local cresça de forma equilibrada, para que a cidade também possa crescer, diminuindo desigualdades e distribuindo riquezas. Quando falamos em ecossistemas de inovação, não podemos deixar de lado a questão da adaptabilidade do conceito.

O ecossistema mais famoso do mundo é o Vale do Silício, na Califórnia, que engloba uma área gigantesca em toda a região da Baía de São Francisco. É um modelo que funcionou lá, mas é preciso adaptação e evolução", explica Rocha.


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