O outro lado das baterias para a energia limpa

Se quisermos evitar as piores consequências das mudanças climáticas, precisaremos de uma revolução energética. 

Especificamente, precisamos substituir nossas redes de energia sujas, baseadas em combustível fóssil e veículos sujos movidos a combustível fóssil, por redes limpas e livres de carbono, e veículos elétricos que sejam carregados nelas. Mas há um grande problema.

Tornar esse futuro uma realidade, entre outras coisas, exigirá muitas baterias: baterias para abastecer nossos carros elétricos; baterias para armazenar a energia solar coletada enquanto o sol está forte e a energia eólica enquanto está ventando. E como um relatório feito por pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Sydney adverte, é provável que aumente muito a demanda pelos metais usados ​​para fazer baterias verdes – assim como turbinas eólicas e painéis solares.

m outras palavras, o aumento da tecnologia limpa está, pelo menos a curto prazo, provavelmente alimentando um aumento de mineração. E isso não virá sem custo.

“Já sabemos sobre os impactos ambientais, sociais e de direitos humanos que a extração está trazendo às comunidades na linha de frente no momento”, Payal Sampat, diretora do programa de mineração da Earthworks, que encomendou o novo relatório, disse ao Gizmodo. “É meio inimaginável pensar em como seria considerado sustentável ampliar os impactos em muitas vezes e ao mesmo tempo achar que estamos colhendo benefícios”.

Assim como nossos smartphones e computadores, a infraestrutura energética da alta tecnologia futura, precisa de vários metais e minerais de toda a tabela periódica e do planeta inteiro. As baterias de íons de lítio usadas em veículos elétricos e armazenamento de energia requerem não apenas lítio, mas frequentemente cobalto, manganês e níquel. Motores de veículos elétricos dependem de terras raras, assim como os geradores permanentes dentro de algumas turbinas eólicas precisam de ímãs. Os painéis solares consomem uma parte significativa do suprimento mundial de telúrio e gálio, juntamente com uma fração considerável de prata e índio extraídos do planeta. A maioria das tecnologias renováveis precisa de muito cobre e alumínio.

Nosso apetite por esses metais só crescerá à medida que essas tecnologias proliferarem. Embora esse fato básico seja conhecido há anos, o novo relatório leva as coisas um passo adiante, elaborando uma projeção de demanda de 14 metais críticos, se a humanidade limitar o aquecimento global à meta do Acordo de Paris de 1,5 graus Celsius, mudando para 100% de energia renovável até os meados do século. Em um cenário que os autores descrevem como “muito ambicioso”, a energia de 2050 é principalmente movida a energia solar e eólica, com frações menores vindo da energia geotérmica, energia hidrelétrica e outras tecnologias. O setor de transporte também é 100% renovável, com mais da metade de todos os carros, ônibus e veículos comerciais sendo híbridos elétricos ou movidos à bateria.

Fonte: Gizmodo

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